Poços está entre as 33 cidades do Brasil dotadas de Jardim Botânico

Sede da Fundação está localizada na rua Paulo de Oliveira, no Véu das Noivas

A Fundação Jardim Botânico é uma autarquia da administração indireta da prefeitura de Poços de Caldas, criada em 2003 através de uma lei municipal. Entretanto, sua implantação se deu a partir de 2006, com a posse da área doada pelos irmãos Ribeiro e de outra institucional do município.

Segundo o presidente da Fundação Jardim Botânico, João Neves, o início da operação se deu em maio de 2009 com a construção dos primeiro prédio e das estufas. Ano passado, foram inauguradas novas instalações, como o centro de visitantes, laboratório de pesquisas, vila dos pesquisadores e a sede administrativa. Essas obras foram patrocinadas pela Alcoa Foundation.

A missão do Jardim Botânico é promover, realizar e divulgar o ensino e as pesquisas técnico-científicas sobre os recursos florísticos, visando ao conhecimento e à conservação da biodiversidade, assim como a manutenção das coleções científicas sob sua responsabilidade.

Presidente da Fundação Jardim Botânico, João Neves, fala da importância da instituição para Poços e o planeta

“Dentro das instalações do Jardim Botânico já está funcionando plenamente o núcleo de produção vegetal e cultivo, onde vem sendo desenvolvido o trabalho de mapeamento de matrizes para um banco de sementes e plantas. Estamos cultivando várias espécies que estão na lista de ameaçadas, produzimos plantas para recomposição paisagística, restauração ambiental, além de um programa que será desenvolvido através do viveiro de mudas, em convênio com o DME Energética”, explica.

Neves lembra ainda que a Fundação já conta com vários projetos e parcerias com empresas de Poços, como a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA). Nesse caso, está sendo feito um levantamento florístico da serra do Selado, da Pedra Branca, em Caldas, e um trabalho de restauração ambiental do rio do Peixe.

Núcleo de Cultivo, Produção e Propagação Vegetal trabalha no mapeamento de matrizes para um banco de sementes e plantas

Em 2011, está prevista uma nova parceria com a Alcoa Alumínio, através da Alcoa Foundation, para a implementação do banco de sementes e de um laboratório de cultivo in vitro para reprodução de orquídeas e bromélias em larga escala. 

“Devemos também receber esse ano, de uma empresa da cidade de São José, em Santa Catarina, dois veículos equipados para fazer coleta na região. E graças a um trabalho desenvolvido em 2009 e 2010 no Jardim Botânico de Cubatão, firmamos um convênio com o governo do Estado de São Paulo, através do qual recebemos R$ 390 mil que foram aplicados nas instalações do Jardim Botânico”, conta.

São poucas as cidades do Brasil que possuem um equipamento como esse. Segundo o presidente, hoje o Jardim Botânico ainda é um tanto quanto distante da população porque existe falta de funcionários. “Não podemos ainda abrir o Jardim Botânico à visitação porque não temos uma estrutura funcional, recursos humanos. Mas esse problema deve ser solucionado assim que a administração enviar à Câmara o plano de cargos e salários da Fundação e, quando isso for feito, será possível abrir concurso público para possibilitar a convocação dos aprovados e atender a população, pesquisadores, estudantes e todas as pessoas que se interessarem em conhecer o trabalho”.

Neves salienta que um Jardim Botânico tem uma importância que transcende qualquer cidade, já que é fundamental para o planeta. Ele lembra que no Brasil, que possui a maior biodiversidade do mundo, existem apenas 33 Jardins Botânicos. Em Minas, apenas três estão devidamente registrados. 

“Essa instalação em Poços foi uma feliz coincidência de valores e intenções. Hoje ele é uma referência. Atua junto à Rede Brasileira de Jardins Botânicos numa comissão especial de fomento para criação de novas instalações. Apesar de ainda não estar aberta ao público, Poços tem que se orgulhar dessa instituição, que já referência nacional”, destaca.

Embora tenha poucos anos de existência, a instituição de Poços já se destaca no país e é reconhecido pela Rede de Jardins Botânicos pelo trabalho de cooperação técnica.

“Um Jardim Botânico é um museu de plantas e nesses cinco anos de existência a instituição vem ganhando visibilidade e respeito. Além do trabalho de pesquisa, nosso maior objetivo é abri-lo para a visitação para que a população, turistas, estudantes e pesquisadores possam conhecer a nossa diversidade e todo trabalho que é desenvolvido por uma instituição como essa”, conclui. 

Abandono de animais: uma questão de conscientização

Segundo veterinário, a Guarda Verde retira até 15 animais por dia das ruas

Praticamente todas as cidades brasileiras enfrentam problemas relacionados ao abandono de animais pelas ruas e em Poços isso não é diferente. A posse responsável de animais domésticos torna-se cada vez mais uma nova e estimulante reflexão na busca de soluções para resolver o aumento da população de cães e gatos. 

Essa postura propicia a melhoria nas condições de vida do animal, uma vez que contribui para a prevenção de muitas zoonoses, além de ser um importante instrumento de saúde pública. Segundo o diretor de Vigilância em Saúde, Rogério Blasi, o grande problema é a falta de responsabilidade das pessoas em abandonarem seus animais. “É uma cultura que a gente tem que coibir e lutar contra”.

Na última semana, o Canil Municipal abrigava quase 80 cães. De acordo com Marcos Vinícius Carvalho, médico veterinário do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), há ocasiões em que o canil recebe até 15 animais por dia, que são apreendidos nas ruas pela Guarda Municipal.

Em caso de cachorros que fugiram ou estão desaparecidos, os proprietários têm até três dias para resgatá-los. A orientação é procurar o Centro de Controle de Zoonoses. Passados estes três dias, o animal é colocado para adoção.

O CCZ, localizado no bairro Maria Imaculada, conta com apoio da Associação Protetora dos Animais, que auxilia na doação dos cães. O local está aberto de segunda a sexta-feira, das 12h às 17h. “Qualquer pessoa que tiver interesse pode ir até lá e qualquer animal que estiver lá há mais de três dias está passível de adoção, com exceção de raças bravias, como rottweiler, pitbull e fila brasileiro. Existe uma lei estadual que proíbe a doação”.

Segundo Marcos, na maioria dos casos os proprietários aparecem para recolhê-los. Caso isso não aconteça, eles são eutanasiados (mortos), como prevê a legislação.

Marcos se diz bastante satisfeito com as adoções realizadas ano passado, quando mais de 300 cães foram aceitos em novas famílias.

Em caso de abandono de animais, a orientação é que a população ligue imediatamente para a Guarda Municipal e faça a denúncia, através do número 153. “É ilegal. Isso é um crime”, encerra.