quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Poços não tem local adequado para descarte de lixo eletrônico

Material é descartado irregularmente em terrenos baldios pela cidade

Assim como a grande maioria dos municípios brasileiros, Poços de Caldas não tem uma solução sustentável para o descarte de lixo eletrônico. Com a baixa do dólar e a popularização de equipamentos tecnológicos, cresce o consumo na mesma medida em que aumenta o descarte de aparelhos televisores, rádios, celulares, computadores e seus assessórios, seja pelo desgaste, obsolescência ou em função do consumismo propriamente dito.

Não é muito difícil deparar com estes objetos pelas ruas, em terrenos baldios. O grande problema é ecológico, já que se trata de resíduos potencialmente mais perigosos, compostos por substâncias tóxicas e metais pesados. Para resolver este problema, a administração municipal encontrou em Varginha a solução: uma empresa especializada no descarte correto, como deve ser.

O grande perigo é que os componentes podem contaminar continuamente o ambiente, principalmente a água dos lagos, rios e lençóis freáticos. Assim, o conforto das novas tecnologias pode se transformar em ameaças quando retornam às nossas casas sob a forma de alimentos de origem animal e vegetal que se utilizam da água como fator de produção.
Segundo Marcos Tadeu Sala Sansão, secretário de Serviços Públicos, em Poços de Caldas não existe local adequado para o descarte de lixo eletrônico. O aterro controlado de Poços não é preparado para receber este tipo de material, altamente contaminante.

Componentes podem contaminar o ambiente, principalmente a água e lençóis freáticos

A cidade mais próxima com local ideal é Varginha. Segundo o secretário, uma campanha será feita em breve para recolher a maior quantidade de lixo eletrônico em Poços e enviar para a cidade vizinha.

Enquanto isso não acontece, o lixo vem sendo descartado em terrenos baldios ou no aterro sanitário. “Eu mesmo presenciei vários locais da cidade que estão servindo para o descarte de material eletrônico, tubos de TV, componentes eletrônicos, já retirado todo material nobre, que é o cobre e o alumínio que vem dentro. Eles tiram e descartam o restante em terrenos baldios. Para evitar isso vamos fazer a coleta e levar para Varginha”.

A Secretaria de Serviços Públicos cai colocar uma caçamba para coleta desse material no Terminal de Linhas Urbanas, além de fazer o recolhimento em algumas empresas que já solicitaram o serviço.

Para Sansão, a melhor saída no momento é manter esta parceria com Varginha. Isso porque, para se ter um aterro desse porte, é necessário alto investimento, além de toda burocracia com questões ambientais.


Conheça os vilões que estão dentro dos aparelhos

Chumbo – usado em TVs, celulares e computadores – Causa danos cerebrais, neurológicos e renais, doenças do sangue e comprometimento de fetos. Em altos níveis de exposição causa vômito, diarreia, convulsões, coma e morte.

Mercúrio – usado em lâmpadas, displays, telas LCD, chaves e circuitos impressos – Os altos níveis de exposição contribuem para danos cerebrais, renais e problemas de desenvolvimento de fetos, podendo contaminar o leite materno e os peixes. A sua ingestão ou inalação causa danos ao sistema nervoso central e aos rins.

Cádmio – usado em baterias de celulares, resistores, detetores de infravermelho, semicondutores, tubos de TV antigos e alguns plásticos - Sua concentração no organismo é cumulativa e pode causar problemas de rins, danos na estrutura óssea, além de ser cancerígeno.

Arsênico – usado em celulares - Causa doenças de pele, prejudica o sistema nervoso central e pode provocar câncer de pulmão.

Belírio – usado em placas-mãe de computadores e celulares - Causa câncer de pulmão.

Plásticos e PVC – constituem, em média, 20% do material dos computadores, usados em circuitos impressos e componentes como conectores, gabinetes e cabos - São difíceis de serem separados na reciclagem e, quando queimados, produzem substâncias tóxicas, quando inaladas causam problemas no aparelho respiratório.

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