quinta-feira, 1 de março de 2012

Fim das sacolas plásticas volta a ser discutido em Poços

(Foto: Marcos Corrêa)
Enquanto muitas cidades e capitais do país estão aprendendo a conviver sem as sacolas plásticas convencionais, em Poços essa medida foi apenas sugerida e posteriormente barrada por interpretações jurídicas e até pelas reticências culturais de alguns comerciantes.
A proposta de substituir os sacos e sacolas plásticas por material biodegradável partiu do vereador Tiago Cavelagna (DEM), que apresentou um projeto na Câmara em 2009. Na época, o parlamentar fez alguns estudos que envolveram a Associação Comercial, Industrial e Agropecuária (Acia) e supermercadistas do município. Na ocasião, acertou-se que essa mudança seria feita de forma gradativa.
Vereador Tiago Cavelagna (DEM) apresentou projeto na Câmara em 2009. Na época, ficou decidido que mudança seria feita gradualmente
“A intenção era avaliar como o consumidor iria reagir à substituição da sacola plástica. Mesmo a lei não tendo sido aprovada ainda, eu fico muito feliz quando entro em algum estabelecimento que já fez a troca ou que está incentivando o uso de sacolas retornáveis, isso mostra que minha proposta já começou a despertar a consciência mais ecologicamente correta, cumprindo pelo menos o papel educativo”, relata.
Segundo o vereador, para que a lei possa dar certo, é preciso uma mudança de comportamento e de cultura. Nos locais onde as sacolinhas plásticas convencionais já foram banidas, o que se percebe é que a medida é bastante positiva. Para Cavelagna, no Brasil criou-se a cultura de que as sacolas não são um produto e sim um serviço que o estabelecimento é obrigado a prestar aos consumidores.
“Que bom que esse assunto voltou a ser discutido e agora de forma até mais radical porque tenho certeza que isso trará muitas melhorias para nosso meio ambiente”, explica.
Já que em muitas cidades e capitais foi proibido o uso de sacolas plásticas, o vereador disse que pretende rediscutir o assunto para que Poços possa dar exemplo. Cavelagna citou que na lei da cidade de São Paulo fica proibida a venda e distribuição de sacolas plásticas. Apenas a sacola biodegradável está disponível para compra nas prateleiras.
“O que a gente observa é que, para o consumidor, quanto mais sacolas ele levar para casa, é melhor. Só o fato de forçá-lo a diminuir o número de sacolas que ele leva e até pagar por ela já faz com que se comece a repensar. É preciso que haja conscientização, usar outro tipo de embalagem para levar o que se compra. O difícil é convencer a dona de casa a voltar a usar a lata de lixo. Os próprios lixeiros não estão mais habituados com aqueles antigos sacos de lixo preto, ou com os tambores. Hoje a sacolinha é sinônimo de praticidade, mas os danos que elas causam ao meio ambiente são incalculáveis”, coloca.
Como ex-diretor do DMAE e engenheiro sanitarista, Cavelagna disse que pode falar por experiência própria sobre o quanto as sacolas plásticas são danosas ao meio ambiente. Ele explica que, infelizmente, consumidores ainda acreditam que fazem sua parte pelo simples fato de se colocar o lixo na sacola, dar um nó forte e deixar para ser recolhida pelo lixeiro.
“É uma mentalidade que precisa ser corrigida. Enquanto cidadãos, temos sim que ter consciência e saber aonde esse material vem sendo descartado, qual a forma menos agressiva de darmos vazão ao nosso resíduo sólido sem que ele agrida o meio ambiente”, conclui.
O presidente da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Poços de Caldas (Acia) Benedito Coutinho de Almeida lembrou que no passado, quando esse assunto foi discutido, os donos de supermercados entendiam que não era o momento dessa substituição já que isso poderia gerar custos que consequentemente seriam repassados aos consumidores
“Agora esse assunto virou alvo de uma discussão nacional e várias cidades e capitais estão fazendo essa substituição. Já que o assunto vai voltar a ser discutido na Câmara, vamos nos reunir com os donos de supermercados e lojistas para discutir o assunto e levar sugestões”, relata.
Para Coutinho é importante que Poços comece a participar desse movimento nacional em prol do meio ambiente. Ele ressalta ainda que por ser uma cidade turística e reconhecida pelas suas belezas naturais é preciso dar exemplo. “O turista hoje já cobra uma mudança de postura e acredito que em breve, em todo país, a sacolas plásticas serão banidas”, conclui.
SACO SIM, SACOLA NÃO
 
 
Por que elas são vilãs?

Além de demorarem uma eternidade para se decompor (de 300 a 400 anos), as sacolas matam, por ano, 1 milhão de animais marinhos em todo o planeta. Eles morrem ao engolir o plástico.

Prejuízo em números
No período de um ano, são consumidas até 1 trilhão de sacolas plásticas no mundo. Só no Brasil, são 33 milhões por dia ou 12 bilhões por ano.

Recicle
Sim, a sacolinha pode ser reciclada e virar plástico para brinquedos, material de construção ou outras sacolas. Lave cada uma e separe para despachá-las na coleta seletiva.

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