Ter um animal de estimação requer, além de amor, muita responsabilidade. Mas, infelizmente, não são todas as pessoas que pensam assim e, por isso, é comum andar pelas ruas de Poços e deparar com cachorros soltos, perdidos, sem rumo.
Além do sofrimento causado ao animal, abandoná-lo à sorte das ruas é também um grande problema de saúde pública. É fácil culpar o poder público pela ineficiência nessa questão, mas é preciso que cada cidadão assuma a sua responsabilidade.
Só quem visita um canil municipal pode ter a dimensão desse problema, que não é só de Poços, mas da maioria das cidades brasileiras. Cães que um dia foram ‘amigos’, serviram de proteção, hoje estão simplesmente amontoados e morrendo com doenças, fome e, principalmente, abandono.
Para Rogério Blasi, coordenador de Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde, é preciso que a população se conscientize e não abandone os animais, com vem acontecendo frequentemente. “Infelizmente, o abandono é comum na nossa sociedade. Inclusive, abandono de crianças. O cão não fica de fora. Por isso temos que estimular, educar as crianças sobre a posse responsável, para que elas cresçam com outra mentalidade. Que respeitem os animais e entendam a responsabilidade de se ter um em casa”.
Segundo ele, é preciso também a reeducação sobre o bem-estar dos animais. Faltam cuidados com higiene, vacinação, lazer, alimentação e demais atenções básicas para se ter um animal em casa. “Não basta ter um animal por hobby. A gente quer estimular a adoção porque há muitos animais pelas ruas”.
E estes cães abandonados não têm outro destino que não seja obrigo. Contudo, Blasi ressalta que todo abrigo tem um limite. Mas o número sempre é extrapolado. O abrigo municipal tem capacidade de receber até 150 animais e este número fica no limite.
Muitos destes cães e gatos não têm condições de sobrevivência por conta de doenças infecciosas, que causam sofrimento. A única solução, nestes casos, é a autanásia.
Adoção
Por outro lado, muitos animais estão em condições de serem adotados e integrar uma família. “Basta que a pessoa venha ao canil, veja se gosta de algum, escolha um que esteja dentro das suas possibilidades (tamanho, espaço necessário, comportamento) e pague uma taxa simbólica de R$ 10 para o município. Muitas pessoas questionam esta taxa, mas é importante porque demonstra responsabilidade e evita que as pessoas sejam levadas pela emoção”, explica.
São animais abandonados e a procedência é desconhecida. Portanto, é recomendável levá-lo ao veterinário para regularizar as vacinas. Isso porque o melhor amigo do homem também pode se tornar vilão, caso transmita doenças.
Poços lança Programa de Controle de Natalidade de Animais
A Secretaria de Saúde lançou, na última semana, o Programa Municipal de Castração de cães e gatos. “O programa tem por objetivo diminuir o número de animais abandonados nas ruas e, por consequência, o número deles no canil”, destaca o coordenador da Vigilância Ambiental Rogério Blasi. A castração é feita através de métodos cirúrgicos em machos e fêmeas, para impedir que se reproduzam sem controle. “A cirurgia é feita com anestesia geral, ou seja, o bichinho não sente nenhuma dor”, diz o médico veterinário.
A castração pode ser feita a partir dos três meses de idade e, no caso da fêmea, recomenda-se antes do primeiro cio. Três clínicas veterinárias foram credenciadas pelo município para participarem do programa de castração. O custo, por animal, será de R$ 16,30 e, além da castração, o proprietário terá seu animal identificado com um microchip. “Com o chip, outra vantagem do programa será a rápida identificação do animal, em caso de acidente, perda ou abandono”, relata Rogério Blasi.
Para participar do programa, o proprietário deve se dirigir ao setor de Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde, localizado na rua Junqueiras, 196, terceiro andar, no horário de 13h às 17h. Lá, ele irá pegar uma guia para pagamento do valor de R$ 16,30, em qualquer banco ou lotérica. Depois, retorna na Secretaria de Saúde e realiza a inscrição. “De posse da inscrição, o proprietário é quem vai escolher a clínica onde irá levar seu animal para o procedimento cirúrgico”, diz Rogério Blasi.
O Programa Municipal de Castração de Cães e Gatos é parte integrante do Programa de Posse Responsável de Animais, desenvolvido pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) do município. Dentre as ações já realizadas destacam-se palestras nas escolas e concurso para o nome dos mascotes do programa (também desenvolvido nas escolas). O programa tem como parceiros a Guarda Verde, a Associação dos Amigos Protetores dos Animais (AAPA) e o curso de Medicina Veterinária da Puc Minas.
Cata-Caca
Outra ação do Programa de Posse Responsável de Animais é o Projeto Cata-Caca. Trata-se da colocação de displays em locais de grande movimento, como praças centrais e ciclovia, com luvas de plástico para que o proprietário possa recolher os dejetos de seu bichinho de estimação, depositados ao longo das vias públicas. Os displays terão ainda dizeres sobre posse responsável.
Cata-Caca
Outra ação do Programa de Posse Responsável de Animais é o Projeto Cata-Caca. Trata-se da colocação de displays em locais de grande movimento, como praças centrais e ciclovia, com luvas de plástico para que o proprietário possa recolher os dejetos de seu bichinho de estimação, depositados ao longo das vias públicas. Os displays terão ainda dizeres sobre posse responsável.
“Posse responsável é tudo isso: vacinar, cuidar da higiene de seu animal, mantê-lo sob vigia, nunca deixá-lo solto pelas ruas, levar periodicamente ao médico veterinário, alimentar, dar carinho e, sobretudo, saber que um animal vai viver em torno de 15 anos e a sua posse deve ser discutida na família antes de adotar ou comprar um bichinho de estimação”, conclui Rogério Blasi.
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