quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Famílias estão sendo selecionadas e cadastradas para acolher, temporariamente, crianças e adolescentes


A população de Poços de Caldas pode desempenhar papel fundamental na manutenção dos direitos e deveres de dezenas de crianças e adolescentes em situação de risco no ambiente familiar. Há cinco anos, o município conta com o Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora – Política Pública de Proteção Especial de Alta Complexidade, atualmente executada pela Associação dos Amigos Clínica da Alegria – que cadastra, seleciona e realiza oficinas de formação para famílias que tenham perfil para acolher, por tempo determinado, crianças e adolescentes, garantindo-lhes convivência familiar e comunitária. Porém, o grande problema é a quantidade reduzida de famílias interessadas.      
Segundo a psicóloga Valéria Castilho, o serviço é uma alternativa de proteção que não a institucionalização. “Quando os pais de origem não têm condições de cuidar, em virtude de abandono, negligência e formas múltiplas de violência, as crianças são afastadas temporariamente por determinação judicial. Ao invés de serem levadas a instituições especializadas, elas são encaminhadas para as casas de famílias pré-selecionadas, o que assegura a continuidade da criação e da educação, permanecendo no seio familiar e em ambiente sadio”, disse.  
O acolhimento, que é provisório, priva pelo retorno da criança e/ou adolescente à família biológica. “Desde o primeiro momento, a família sabe que o acolhimento é provisório e temporário, pois o objetivo é a reintegração à família de origem. Temos o cuidado de preservar e fortalecer o vínculo entre o acolhido e familiares de origem, realizando semanalmente encontros entre eles. Mas, após o período de acolhimento, buscamos preservar a ligação entre a família acolhedora e o acolhido, o que continuará auxiliando no desenvolvimento e na socialização”, destaca a psicóloga.  
Mesmo não sendo novidade em Poços de Caldas, o serviço ainda é pouco conhecido e traz algumas dúvidas. “Muitas pessoas confundem o Família Acolhedora como sendo uma via para adoção, porém esta não é a realidade, visto que um dos pontos determinantes para ser Família Acolhedora é não estar inscrito no cadastro de adoção municipal. O serviço representa um núcleo de acolhida provisória, sendo que as famílias são selecionadas e preparadas previamente. Elas se disponibilizam para promover os cuidados integrais da criança e ou adolescente, dando-lhes proteção. A família acolhedora tem um papel fundamental neste serviço, pois representa a participação direta, efetiva e cidadã da sociedade civil”, lembra a assistente social Giselle Villela.    
O Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora oferece às famílias habilitadas uma equipe de apoio, com assistente social e psicóloga, para orientação e acompanhamento para todas as necessidades demandadas no período de acolhimento. As famílias acolhedoras tornam-se parceiras no acolhimento e na preparação para o retorno de crianças e adolescente à família de origem.
Atualmente, há mais crianças e adolescentes disponíveis do que famílias cadastradas. “Para que este contexto modifique e estas crianças e adolescentes recebam oportunidades, estamos em busca de famílias da comunidade que desejam e possam oferecer amor, cuidado, proteção e convivência familiar e comunitária. Os interessados devem residir em Poços de Caldas, ter disponibilidade para participar do processo de habilitação, além de ter afeto, solidariedade, compromisso, disponibilidade e concordância da família com a proposta de acolhimento”, finaliza Giselle Villela.
Mais informações na rua Padre Henry Mothon, 296 (ao lado do museu da Urca), ou pelos telefones (35) 3722–1713 / 3714-8509.


Assistente social Giselle Villela e psicóloga Valéria Castilho alertam que o programa não pode ser confundido com adoção


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