Cada doador pode salvar de uma a quatro vidas
Como é comum em todos os anos, o início do Outono e a queda das temperaturas afastam voluntários que, a cada três ou quatro meses, comparecem ao hemocentro com o objetivo de doar sangue.
Nos mês de março, inicia-se uma temporada que costuma ser preocupante, segundo Cibele Angélica de Souza Spina, gerente do hemocentro. “Entramos em uma época do ano em que a necessidade é ainda mais urgente de doadores de sangue”, diz.
Segundo ela, muitas vezes a doação é motivada quando ocorre algum acidente ou por motivo de doença de um amigo ou ente querido. Na unidade de Poços de Caldas é prioridade, desde o início, o incentivo das doações voluntárias.
Cibele conta que o número de doadores vem crescendo, mas ainda é aquém do necessário. “O que nos causa ainda maior preocupação é que entramos em um período durante o qual o número de voluntários é menor. De março a julho as doações caem, enquanto que a demanda continua. O motivo: baixa temperatura e ocorrência de chuvas, que afastam os doadores. É nesta época que eles vão desaparecendo”, lamenta.
“Não podemos viver esperando que o pior aconteça com o próximo para que as pessoas venham doar. É importante que realizem a doação sem haver nenhum apelo social. Sem a comoção social de acidentes que envolvam crianças ou pessoas que têm círculo de amizades muito grande. Quando elas necessitam de sangue, geralmente a gente consegue repor os estoques com mais facilidade”, afirma.
Foi o que aconteceu em novembro e janeiro. Graças a alguns casos em que houve necessidade de sangue e a realização de campanhas isoladas de doação, o estoque não teve a baixa prevista.
Em janeiro, cerca de 800 pessoas compareceram para realizar a doação. Entretanto, o número fica sempre no limite. Segundo Cibele, a meta agora é fidelizar pelo menos 900 doadores por mês.
Horário
De acordo com a gerente, é comum trabalhadores que reclamam do horário de doação estabelecido pela unidade em Poços, das 7h às 11h30. O motivo é por não serem permitidas doações por pelo menos três horas após o almoço. “Durante a refeição a pessoa ingere maior quantidade de alimentos, que ficam no organismo. No processo de digestão, o corpo demanda bastante sangue no estômago para conseguir digerir os alimentos. Além disso, deixa o sangue lipêmico, ou seja, com altos níveis de gordura”, explica.
A consequência disso é a possibilidade de alteração no resultado de exames. Ao fazer o teste sorológico, que detecta se o doador tem doenças como HIV, Hepatite C ou Hepatite B, pode apresentar resultado falso positivo.
Além do susto do doador, a bolsa de sangue é desprezada. O equívoco somente seria descoberto depois da repetição dos exames. “Por isso não podemos liberar a doação nos horários de refeição”, justifica.
Na tentativa de chamar mais doadores, nos primeiros anos a unidade de Poços de Caldas realizou coletas no período da noite e aos sábados. Entretanto, a equipe é pequena e a coleta nestes horários é inviável.
Região
Hoje a unidade de Poços tem contrato direto com a Santa Casa de Andradas e está firmando contrato com a Santa Casa de Muzambinho. Além delas, há o atendimento indireto. Poços de Caldas atende a pacientes de toda a região. O hemocentro recebe doadores de mais de 50 cidades, cujos moradores são encaminhados para cá a fim de realizar tratamento clínico.
Quem pode doar
Pessoas entre 16 e 67 anos
Quem tem e está com boa saúde
Quem pesa acima de 50 kg
Mulheres, mesmo se menstruadas ou em uso de anticoncepcionais
Quem não pode doar
Quem teve hepatite após os 11 anos de idade, exceto se tiver comprovação laboratorial da época de que se tratou de hepatite A (IgM positiva)
Quem tem exposição a situações de risco acrescido para doenças sexualmente transmissíveis
Quem teve gripe, resfriado ou diarreia nos sete dias anteriores à doação
Quem ingeriu bebida alcoólica nas últimas 12 horas anteriores á doação
Quem usou ou usa drogas injetáveis
Quem apresenta ferimento ainda não cicatrizado
Quem estiver grávida ou em período de amamentação; após o parto normal é necessário aguardar três meses; após cesárea, seis meses
Quem fez qualquer exame por endoscopia nos seis meses anteriores à doação
Quem fez cirurgia por laparoscopia nos seis meses anteriores à doação
Quem fez ou faz tratamento dentário (a pessoa pode ser impedida de doar por um período de 1 a 30 dias, conforme o caso)
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