quarta-feira, 4 de abril de 2012

Lar temporário para animais: generosa disponibilidade

Família de Angélica se envolve nos cuidados com a cachorrinha Princesa, a “hóspede” temporária

Delma Maiochi


 Dar uma vida digna a um animal carente e abandonado. Esse é o princípio do chamado lar temporário. É um local onde cães e gatos, e possivelmente até animais maiores, encontram abrigo, alimentação e cuidados até serem adotados por uma família definitiva. “Ser um lar temporário é uma experiência gratificante e que salva vidas”, diz a enfermeira Luiza Mary Dionísio de Brito, que faz parte do grupo de defesa animal “Força nas Patinhas”, de Poços de Caldas.

Segundo ela, esses locais são imprescindíveis e dão apoio muito importante no processo de proteção aos animais.

É um trabalho voluntário que pode ser uma opção à superlotação de abrigos e Centros de Zoonoses. “Hospedar um cão ou gato em casa é oferecer local seguro até que eles sejam adotados definitivamente”, explica Luiza.

Ainda de acordo com ela, qualquer pessoa com mais de 18 anos pode ser responsável por um lar temporário.

“Qualquer pessoa que goste de animais pode oferecer um lar temporário. É claro que precisa de tempo, disponibilidade para cuidar do bichinho, ter espaço e muito, muito carinho, mas é um trabalho dignificante e gratificante”.

Princesa
“Eu tenho uma cachorrinha aqui em casa, ela foi encontrada há umas duas semanas mais ou menos, até não estava muito mal cuidada, mas precisava de muito carinho. Como estava no cio havia muitos cachorros grandes atrás dela, aqui em casa ela se sentiu mais segura, é muito carinhosa e está se dando muito bem”, diz a artesã Angélica Ramos Couto, do Jardim Kennedy, um dos exemplos da generosidade dos lares temporários em Poços de Caldas.

“Acho importante essa questão do lar temporário porque se os animais não tiverem um lugar para ficar enquanto não são adotados eles vagam pelas ruas, passando fome, frio e podendo até serem mortos por pessoas maldosas”, reflete ela.

Ela conta que a família toda se envolve nos cuidados com a cachorrinha Princesa, a “hóspede” temporária, e os outros animais da casa. Angélica tem cães e gatos e diz que se sente feliz em ver que pode ajudar um animal a ter uma vida melhor.

“Essa luta em defesa dos animais deve continuar. E se as pessoas não puderem adotar um animalzinho, que possam ao menos contribuir dando um lar provisório, acho que já seria de grande ajuda”, finaliza ela.

 Billy
Billy está se preparando para ganhar um dono de raça, que dê um lar de verdade a ele, diz Luiza
Maus-tratos era o resumo da vida de Billy, um cão que foi resgatado pela Luiza, depois que o dono mudou de casa e o abandonou, há cerca de dois meses. “Ele tem dois anos de idade, quando chegou na minha casa tinha um comportamento arisco, fugia de todos, tremia de medo. Com jeito e muito carinho, estou conseguindo que ele confie nas pessoas novamente. Ele é dócil, só tem muito medo ainda, deve ter sido muito maltratado. Mas agora já pula em mim, pede carinho, me deixa dar banho. Está se preparando para ganhar um dono de raça, que dê um lar de verdade a ele”, completa ela.

Necessários
Os lares temporários são necessários e fundamentais no combate ao abandono de animais. Animais perdidos ou abandonados precisam de atenção e de alguém que os prepare para serem doados (vacina, vermífugo, castração, entre outros). A superlotação dos abrigos sempre é grande, o que resulta em um ambiente estressante e inadequado para a manutenção dos animais. Os filhotes muito novos e órfãos precisam de atenção especial com alimentação, aquecimento e higiene. Animais com necessidades especiais, em recuperação de cirurgias, doença ou ferimento, cegos, surdos, traumatizados ou vítimas de abuso são algumas das situações que requerem atenção extra, medicação e reabilitação física e comportamental. Um lar temporário pode prover tudo isso.

Grupo
O “Força nas Patinhas” se estabeleceu através da rede social Facebook. Apesar de seus membros serem ativos na questão do resgate de animais abandonados e maltratados, o grupo se disponibiliza apenas através da internet. “Estamos tentando tomar forma fora do espaço virtual, mas por enquanto é por lá que nos comunicamos, divulgamos os problemas, fazemos doações, conhecemos outras pessoas que se interessam pela causa animal, entre outras coisas”, explica a professora Maria Luisa Santiago, uma das fundadoras do grupo.

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